RELAÇAM // DA // SOLLEMNE ENTRADA PUBLICA // QUE // NESTA CORTE, E CIDADE DO PORTO // FEZ // EM O DIA SINCO DE MAYO DE 1743 // O EXC.mo E R.mo SENHOR D. FR. JOSEPH MARIA // DA FONSECA E EVORA, // ‘Bispo da mesma Cidade, e do Conselho de Sua // Magestade, &c.’ // PORTO, // Na Officina PROTOTYPA Episcopal. // Anno M. DCC. XLIII. In-4º de II-22 págs. E.
Rara, minuciosa e interessante ‘Relação’ anónima da entrada do Bispo D. José Maria da Fonseca e Évora na cidade do Porto, vindo no fim a "Ordem da Procissão" circunstanciadamente relatada.
D. Frei José Maria da Fonseca e Évora, religioso franciscano e prelado, de seu nome secular José Ribeiro da Fonseca de Figueiredo e Sousa, “Recebeu o grau de mestre em Artes na Universidade de Évora, e em Direito Pontifício na de Coimbra. Em 1712 partiu para Roma com o marquês de Fontes, embaixador extraordinário na Cúria Romana, no pontificado de Clemente XI. Em Roma recebeu as insígnias doutorais, e para cumprir o voto que fizera […] tomou o hábito no convento de Ara Coeli, no mesmo ano de 1712. Exerceu os maiores cargos da sua ordem; […]. Erigiu novas aulas de Filosofia e Teologia Especulativa e Moral no convento de Ara Coeli, […]. No mesmo convento instituiu uma notável livraria, concedendo-lhe Clemente XII […] a sua administração, com a faculdade de tomar bibliotecários e outros ministros que fôssem precisos. […]. Também foi conselheiro áulico do imperador Carlos VI, intendente dos negócios da Sardenha na Cúria, e plenipotenciário da côrte portuguesa nos pontificados de Benedeito XIII, Clemente XII e Benedito XVI. Pertenceu a diversas Academias, entre as quais a Academia Real da História Portuguesa. Deve-se-lhe a reconstrução, desde os alicerces, do convento de Palazzola, nos arredores de Roma. Em 1739 D. João V escolheu-o para bispo do Porto, dignidade que aceitou depois de ter recusado outros bispados em Itália […]. Regressou a Lisboa a 18-XII-1740, sendo sagrado a 12-III-1741 pelo patriarca D. Francisco de Saldanha. Depois de ter partido de Roma, foi-lhe erguida uma estátua na biblioteca do convento de Ara Coeli. Fêz a sua entrada solene no Pôrto a 5-V-1743. Dedicou-se muito ao govêrno diocesano e fêz adornar e reparar com magnificência o paço episcopal. […]”. [’in’ G. E. P. B.]
Encadernação inteira de pele, com rótulos e nervuras na lombada, decorada a ouro e a seco.