RELATIONE // DELL’ AMBASCIATA // ESTRAORDINARIA D’VBBIDIENZA // Inuiata dal Sereniss. Prencipe // DON PIETRO // SVCCESSORE, GOVERNATORE, // E REGENTE DE I REGNI DI // PORTOGALLO, E DEGL’ALGARBI, &c. // Alla Santità di N. Signore // PAPA CLEMENTE X. // Prestata dall’Illustriss. & Eccellentiss. Sig. // D. FRANCESCO DI SOVSA // Conte del Prado, Marchese delle Mine, de i Consegli // di Stato, e di Guerra, dell’Assemblea de i trè Stati, // Signore delle Ville di Biringel, e Prado, Alcaide Mag- // giore della Città di Begia, Commendatore nell’Or- // dine di N. Sig. Giesù Christo delle Commende di No- // stra Signora dell’Azeuo, Penna verde, e S. Martha di // Viana, e nell’Ordine di S. Giacomo della Commenda // de Sinis; Gouernatore dell’Armi, e Capitano Generale // dell’Esercito, e Prouincia Interamnense, & Ambascia- // tore estraordinario d Obbedienza alla Santità di Papa // CLEMENTE X. // (vinheta) // IN ROMA, per il Mancini. 1670. Con licenza de’Super. In-8.º gr. de 40 págs. E.
Relação extraordinariamente rara, relativa à Embaixada enviada por D. Pedro II a Clemente X, Embaixada importante por ser a primeira enviada a um Pontífice depois dos sessenta anos de domínio castelhano e mais aqueles em que estiveram interrompidas as nossas relações com a Santa Sé. Foi nosso Embaixador D. Francisco de Sousa, sendo a correspondente Oração de Obediência proferida por António Vellez Caldeira. A págs. 3 vem a dedicatória a D. António Luís de Sousa, filho do Embaixador D. Francisco de Sousa. Personagem de relevante importância, D. Francisco de Sousa foi um dos fidalgos que esteve na aclamação de D. João IV, tendo tido actuação determinante em muitas das lutas que se sucederam a este acontecimento, especialmente no Minho e no Alentejo. Esta e muitas outras notícias podem ser colhidas na extensa rubrica que lhe foi dedicada por Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues na sempre utilíssima obra «Portugal – Diccionario Historico, Chorographico, Biographico, Heraldico, Numismatico e Artistico».
DESTA EDIÇÃO APENAS SE CONHECIAM DOIS EXEMPLARES, como declarava o Visconde da Trindade a págs. 192 do 3º vol. dos seus «Ensaios Bio-Bibliográficos», onde se lê: "Desta Embaixada se fez em Roma uma Relação em italiano, que não só a descreve, como também alude à Oração de Vellez Caldeira que foi feita ‘com tanta elegância de frase e viveza de representação que deixou suspensos todos os espectadores’, como se lê na ‘Biblioteca Lusitana’, Tomo I, pág. 413.
"Esta relação em italiano é muito rara, só sendo conhecidos os exemplares existentes na Biblioteca Cornisiana em Roma e na Marciana, de Veneza.
"Há também, em português, uma Relação dessa embaixada, também da maior raridade, publicada em Lisboa em 1670, na oficina de António Craesbeeck de Mello".
Acrescente-se a existência de um exemplar na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, registado sob o nº 7843 do «Catálogo da Colecção de Miscelâneas».
Bela encadernação da época, em pele, (algo danificada) tendo em ambas as pastas um grande super-libros heráldico dos Sousas do Prado, gravado a ouro, o que pode indiciar que o exemplar pertenceu ao próprio Embaixador D. Francisco de Sousa, "Conte del Prado", como do frontispício ficou transcrito. Com a seguinte marca de posse manuscrita ao alto do frontispício: ‘Ex Libris Congregationis Missionie Domus Crucis Vimaranensis’.