BARROS (Miguel António de).— ULYSSEA LIBERTADA, DRAMA HEROICO. COMPOSTO POR… [brasão com as armas de Portugal]. LISBOA. NA OFFICINA DE JOÃO EVANGELISTA GARCEZ. [travessão de enfeite]. Anno 1808. ‘Com licença do Dezembargo do Paço. — Acha-se na Casa da Gazeta. [?]. In-34 págs. Desenc.
Libreto bastante invulgar de Miguel António de Barros, “nascido em Carvalho d’ Este, suburbios de Braga, pelos annos de 1772.” Diz Inocêncio que “Seus parentes eram mui pobres, e não podendo dar-lhe alguma educação, o enviaram para Lisboa (…). Tendo aprendido o officio de correeiro, deparou-lhe a fortuna conhecimento com alguns literatos e poetas d’aquelle tempo, cujo tracto concorreu para que n’elle se desenvolvesse a propensão para os versos, conseguindo supprir amplamente com o talento natural a mingua de cultura, e os estudos que de todo lhe faltavam. Começando a distinguir-se como poeta repentista ou improvisador, conquistou os applausos dos contemporaneos, a ponto de inspirar ciumes e inveja ao proprio Bocage, (…). Proseguindo na carreira que encetára, Barros dera-se exclusivamente á poesia, abandonando de todo a profissão mechanica, e renunciando a idéa de procurar outros meios estaveis de subsistencia. (…). Naturalmente preguiçoso, cuidou achar no mister de escriptor dramatico os recursos de que carecia para comprar o pão quotidiano com pouco trabalho, e a isso se limitaram todos os seus desejos e ambições. Durante muitos annos compoz e traduziu de officio para os theatros nacionaes elogios e dramas, passando o resto do tempo na crapula devassidão (…), finando-se em 1827, em uma pobre casa na rua dos Canos (…)”.
João de Freitas Branco na «História da Música Portuguesa», refere o organista e compositor português João José Baldi como o autor da música que acompanhou a representação desta opereta no Teatro do Salitre, em celebração da retirada dos exércitos de Junot terminada a primeira invasão francesa.
Libreto também com interesse para a história do teatro por identificar os intérpretes dos personagens.