SOUSA (Fr. Luís de) [1555-1632] & GRANADA (Fr. Luís de) [1504-1588] & CACEGAS (Fr. Luís de) [1540-1610] & CUNHA (D. Rodrigues da) & MUNOZ (Fr. Luís de) [Trad. SACY (Isaac) ?].— VIE DE DOM BARTHELEMY DES MARTYRS, // RELIGIEUX DE L’ ORDRE // DE S. DOMINIQUE, // ARCHEVESQUE DE BRAGUE // EN PORTUGAL. // ‘Tirée de son Histoire êcrite en Espagnol & en Portugais par // cinq Autheurs, dont le premier est le P. Loüis de Grenade.’ // AVEC SON ESPRIT ET SES SENTIMENS // pris de ses propres Ecrits. // ‘NOUVELLE EDITION.’ // [florão] // A PARIS, // Chez LAMBERT ROULLAND, Imprimeur Libraire // ordinaire de la Reyne, rue Saint Jacques, // aux Armes de la Reyne. // ——— // M. DC. LXXIX. // ‘AVEC PRIVILEGE DV ROY.’. In-8.º de XXXII-734 [aliás 736] págs. E.
Estimada tradução desta obra clássica que trata da biografia de D. Frei Bartolomeu dos Mártires [1514-1590], arcebispo de Braga. “[…] terminado o noviciado, fez os estudos em Filosofia e Teologia com notável êxito. Depois foi mandado como professor para o convento de S. Domingos de Évora onde teve por discípulo D. António, Prior do Crato, e Diogo do Couto. Dali passou, por eleição dos religiosos, a prior do convento de Benfica, para onde o acompanharam os dois referidos alunos. Por indicação de Fr. Luís de Granada, provincial da Ordem [dos Pregadores], foi escolhido para arcebispo de Braga em 1558 pela Rainha D. Catarina, regente do reino na menoridade de D. Sebastião, e confirmado pelo papa Paulo IV em 27-I-1559. A 3-IX deste ano foi sagrado na igreja de S. Domingos; […] e a 4-X entrou solenemente em Braga, acompanhado, entre outros, por Fr. João de Leiria. […] Em 24-III-1561 saíu de Braga para tomar parte na terceira abertura do Concílio de Trento, […]. Nas reuniões preparatórias, tornou-se logo notado pelo vigor com que defendeu a sua qualidade de Primaz, em disputa com os espanhóis, que reclamavam a primazia do arcebispo de Toledo. Nos trabalhos do Concílio tomou parte muito activa, reclamando importantes reformas. Diz-se que chegou a proclamar que «os Ilustríssimos Cardeais precisavam de uma ilustríssima reforma»; os historiadores do Concílio não registam, porém, essa frase, apenas referida por Fr. Luís de Sousa. […]. No governo da diocese deixou D. Fr. Bartolomeu dos Mártires exemplo de extraordinário zelo e caridade para com os pobres, especialmente por ocasião da peste em 1570. Ocupava a sé bracarense quando faleceu o cardeal-rei D. Henrique e surgiu o problema da secessão. Devia ser-lhe naturalmente simpática a causa do Prior do Crato, seu antigo aluno. Absteve-se, todavia, de se pronunciar, talvez por não lhe ver probabilidade de êxito. Tendo-se amotinado a cidade de Braga a favor do prior, o arcebispo retirou-se para Tui, onde adoeceu gravemente, e só regressou à diocese quando já dominava Filipe II. Nas cortes de Tomar (16-IV-1581), foi em suas mãos que o novo rei prestou juramento. No final, D. Frei Bartolomeu solicitou de Filipe II a renúncia do arcebispado, que lhe foi aceite, e mesmo em Tomar mandou procuração ao papa Gregório XIII com igual pedido. […] Em 1702, o arcebispo D. João de Sousa mandou organizar o processo relativo às virtudes e milagres de D. Fr. Bartolomeu, em vista da sua beatificação. […]” [’in’ G. E. P. B.]
Edição registada por Palau y Dulcet [T. XXII n.º 320794]. Inocêncio refere também esta edição atribuindo a sua tradução a Isaac L. Maitre de Sacy.
Com duas anotações de posse, manuscritas, cremos que do convento de S. Domingos das Donas que se situava junto da antiga Porta de São Manços e do Convento do Sítio, em Santarém. [Exlibris biblioteca conventus insula do donis ff. praedicatorum | Pro Conventu ff. Prædicatorum Insula do donis].
Encadernação da época um pouco cansada, com defeitos na charneira da encadernação, ou vivo do encaixe e outros sinais de desgaste.