VOZ DA VERDADE, PROVADA POR DOCUMENTOS, dirigida à Heroica Nação Portugueza, que confirma os crimes perpretados por Francisco de Borja Garção Stockler na Ilha Terceira, contra a soberania da Naçao. — Lisboa. Na Offifina da Viuva de Lino da Silva Godinho. Anno de 1822. ‘Rua dos Cavalleiros N. 79, primeiro andar. [no segundo opúsculo: Na Nova Typographia Patriotica Anno de 1822. — Rua Direita da Esperança N. 50]. 2 opúsc. In-8.º de 51-I e 88-II págs. Desenc.
Advertencia do segundo opúsculo: “Continua a publicação, dos documentos, que provão a, conducta Anti-Constitucional, de Francisco de Borja Garção Stockler: por elles, a Heroica Nação Portugueza, e seos Dignissimos Reprezentantes, formarão perfeito conhecimento, da Verdade, que tem aparecido, disfigurada pelo dulcilloquo estillo, do Amigo de Oeiras, do Filho de Stockler, e do Padre Frei Francisco da Rocha (Salvo o erro;) os quaes Escriptores, afastando-se muitas vezes da questão a saber do estabelecimento da Constituição em Angra, no dia dois de Abril de 1821, procurão atrahir a opinião, ou a credulidade publica com invectivas, factos quimericos, e alheios do objecto; a que nós opomos documentos autenticos, e decezivos tambem para desengano, e convicção publica, acrescentando que a moderação de que temos uzado, pode ter limites, vendo-se incitada, e dezafiada; e que por ora nos contentamos em lembrar-lhes para seo governo o adagio = Quem tem telhados de vidro, não atira pedradas. =”.
Sobre Francisco de Borja Garção Stockler, 1.º Barão da Vila da Praia desde 29-IX-1823, consultar a ‘Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira’: “(…) Fez os seus estudos em Coimbra, bacharelando-se em Matemática, na intenção de seguir carreira militar. Foi nomeado lente da Academia de Marinha pouco tempo depois de se formar. Entrou, pouco depois, pelos seus talentos de matemático, para sócio da Academia Real das Ciências que lhe publicou a sua primeira obra, (…). Em 1807 era secretário da Academia, quando Junot ocupou Portugal. A Academia nomeou Junot seu sócio honorário e Stockler foi incumbido de fazer um discurso de louvor ao célebre cabo de guerra. Pelo mesmo general foi incumbido de comandar a bateria da Areia que, com o seu fogo, impediu alguns navios portugueses de se irem juntar à esquadra em que o rei partira para o Brasil. Esta atitude valeu-lhe os mais graves dissabores depois da expulsão dos Franceses. Por essa ocasião teve grande polémica com o publicista José Acúrsio das Neves, seu grande inimigo, que tirou todo o partido daqueles factos. (…) Depois da revolução de 1820, governando os Açores, recusou-se a proclamar o novo estado político. Sobre esse assunto teve que fazer face à actuação de Garrett, que, ainda estudante de Coimbra, esteve em Angra, agitando os espíritos no sentido liberal, o que levou o governador a ameaçá-lo de prisão. No entanto chegava às águas dos Açores a fragata ‘Pérola’, comandada por Marçal José da Cunha, que o intimou a reconhecer o governo liberal. Como Stockler se recusasse foi mandado preso para Lisboa e processado o governo. (…) “.