CASTELO BRANCO (Camilo).— VOLCOENS DE LAMA. (Romance). Porto. Livraria Civilisação de Eduardo da Costa Santos – Editor. 1886. [Typographia Occidental]. In-8.º gr. de 272 págs. E.
Diz A. Cabral no «Dicionário de Camilo Castelo Branco»: “Há uma história com este romance que nunca foi revelada: o entrecho de ‘Vulcões de Lama’ não é original. Como aconteceu com frequência — facto aliás reconhecido pelo autor, mas não desta vez —, Camilo desenvolvia romanescamente casos que lhe contavam e não eram sequer do seu conhecimento directo. A intriga dos ‘Vulcões de Lama’ fora-lhe relatada miudamente por Pinho Leal (…) que ouvira o enredo quando era «agente do ministério público no julgado de Fermedo [Arouca]», como ele próprio fez questão de sublinhar. (…). Aproveitando o enredo, e até a localização do evento, Camilo introduz-lhe, naturalmente, alterações substanciais. O estudo comparado das informações ainda existentes [Pinho Leal] com o texto romanesco conduziria seguramente ao aprofundamento dos «processos de trabalho» do romancista.”
Sobre a edição, comenta Manuel dos Santos na «Revista Bibliográfica Camiliana»: “(…) Esta edição, esmerada, como todas as que Costa Santos publicou, principalmente de livros de Camillo, é ornada com elegantes encabeçamentos em todos os capítulos, cujo texto principia por letras ornamentaes. Aparecem alguns exemplares com nova capa de brochura, do mesmo editor, mas menos elegante e impressa n’outro papel. (…)
Primeira edição, nitidamente impressa sobre papel de escolhida qualidade, a negro e vermelho no anterrosto, frontispício e ‘Rasão do Titulo’.
Encadernação com lombada e cantos de pele, decorada com rótulo, nervuras e ferros em ‘casas fechadas’ gravados a ouro. Aparado, só carminado à cabeça e com falta das capas da brochura.