FEIJÓ (António).— CANCIONEIRO CHINEZ. «Livro de Jade», 1885-1887. R. G. do S. [Original manuscrito. 30 folhas com 16,5 x 22 cm.]
Acerca da publicação do «Cancioneiro chinês», diz Luiz de Magalhães: “Não é um livro inteiramente novo para os leitores da ‘Província’. Nas columnas do nosso jornal, que Antonio Feijó honrou, em tempo, com uma assidua collaboração litteraria, viram pela primeira vez a luz da publicidade muitas das admiraveis versões colligidas agora em volume n’esta ultima obra do poeta superior das ‘Lyricas e Bucolicas’. Mas essas folhas dispersas do livro futuro não passavam, ainda assim, d’uma pallida amostra do que, ao cabo de meia duzia de annos de paciente trabalho artistico, viria a ser este precioso ‘Cancioneiro chinês’, obra prima de arte poetica e de gosto litterario. (…)” [’in’ Cancioneiro Chinês. 2.ª edição. 1903, págs. 121].
Considerando que a data manuscrita na capa deste manuscrito é de 1885-1887 e que só em 1890 foi pela primeira vez publicado o ‘Cancioneiro chinez’ e acrescendo o facto de nenhuma das poesias que integram o manuscrito terem sido publicadas em qualquer das edições do ‘Cancioneiro’. Julgamos tratar-se de uma versão prévia posteriormente abandonada pelo autor. Relevante é ainda a nota manuscrita na capa do exemplar que diz «Publicado», que se justifica por terem sido, conforme informa Luiz de Magalhães publicados [outros ?] poemas no jornal «A Província».
A título de identificação e curiosidade, verificamos que uma das folhas que constituem este exemplar, de cor amarela, deixa transparecer, embora muito suavemente, a impressão de uma capa da brochura impressa no Brasil, no Rio Grande do Sul, para onde, por decreto de 1886, o Poeta foi nomeado cônsul de 1.ª classe.