O PATRIOTA.— CARTA. Ao Senhor D. Pedro de Alcantara, Principe Real de Portugal, Brasil, e Algarves. [LISBOA: NA OFFICINA DE SIMÃO THADDEO FERREIRA. 1820]. In-8.º de 8 págs. Desenc.
Folheto muito raro e interessante, publicado sob pseudónimo ‘O Patriota’, dado à imprensa pelo 22.º aniversário de D. Pedro de Alcântara, logo após a revolta em Lisboa de 15 de Setembro de 1820 e da consequente constituição de um governo conjunto que permitiu a formação de uma Junta Provisional única e de uma Junta preparatória das Cortes.
“(…) Temos com toda a franqueza, e respeito, exposto a V. A. os nossos sentimentos patrioticos: a grande Obra da ‘Regeneração’ do Mundo chegou a Portugal, está em seu principio; mas são tão formidaveis os seus alicerces, que he impossivel não se concluir com toda a solidez, e segurança. (…) he de crer, que V. A. hum dia subira ao Throno dos Lusitanos; praza ao Ceo que tarde se verifique este movimento; conserve por muitos annos o Deos todo Poderoso a Preciosa Vida do Augusto Pai de V. A.; mas em fim o golpe fatal he indispensavel, trará aos Bons Portuguezes penas acerbas, lagrimas sem conto, e huma saudade eterna; porém será huma saudade modificada com a doce lembrança de que vai subir ao Throno, e empunhar o Sceptro Lusitano, o Augusto Filho de D. JOÃO VI., o Preclarissimo Nero [sic] de MARIA I., que tanto se distinguírão pelos raros, e extraordinarios acontecimentos dos seus Reinados: (…) Não terá então V. A. ao seu lado nem vís aduladores, nem pérfidos; sómente a sábia Constituição, que o Congresso Nacional vão formar, será o Numen de V. A., será o Numen do Povo Portuguez (…)”.