KNIGHT (Henry Gally) — [Trad. MIDOSI (Luis Francisco)].— CARTA // DIRIGIDA AO // CONDE DE ABERDEEN, // SECRETARIO D’ESTADO DOS NEGOCIOS // ESTRANGEIROS. // (…) // ‘LONDRES: // IMPRESSO POR BINGHAM, // MOUNT STREET, GROSVENOR SQUARE. // —— // 1829. In-8.º 35-I págs. B.
Raríssima publicação dada à imprensa em Londres, com interesse para a bibliografia das lutas liberais e da Revolução Francesa.
“No momento em que a sorte do malfadado Portugal absorve a attenção geral do mundo civilizado; no momento em que centenares de victimas são levadas ao patibulo, e sacrificadas pelo monstro infernal que opprime a nossa Patria; no momento em que milhares de nossos compatriotas gemem em infectas masmorras, ou vivem proscritos longe da terra que lhes deu o nascimento, interessa sobre maneira conhecer qual é a opinião geral da parte sensata da nação ingleza, e da Europa inteira, à cerca da estravagante politica do Gabinete Britanico.”
Com esta carta fez o autor uma breve reflexão dos anos que se seguiram à Revolução Francesa e às turbulentas consequências que se verificaram na Europa, não deixando de responsabilizar a política inglesa naqueles territórios dizendo: “(…) Lembremo-nos do lugar que Inglaterra conservou durante um periodo de vinte annos de guerra: em todo elle combateu sem cessar a favor da causa da Independencia contra o poder excessivo. E na grande contenda da Peninsula nós apparecemos generosa e donadamente em auxilio de uma nação opprimida, que pelejava pela sua liberdade. O empenho era glorioso — a justiça dos principios multiplicou nossa força; e em quanto durou esta longa e terrivel luta ninguem disputou a Inglaterra a sua supremacia. Se nós uma vez advogámos por este nobre partido, e durante muitos annos guiámos as nações em busca da liberdade, como podemos agora despresar os direitos da humanidade, e aviltar-nos a ponto de nos fazer servos do despotismo. (…).
No «Ensaio Bibliográfico», Ernesto do Canto recorda que conforme se diz na «Chronica Constitucional de Lisboa» [ n.º 95 de 1833 p. 534], a tradução deste opúsculo se deve a Luis Francisco Midosi. “No «Paquete de Portugal» [vol. I, pag 407] ha uma apreciação d’este opusculo. A traducção foi reproduzida nos «Doc. para a Hist. das Cortes Geraes» T. VI, pag 817.”.