GONZAGA (Tomás António).— MARILIA // DE // DIRCEO. // Por T. A. G. // […] // NOVA EDICÇÃO. // —— // LISBOA // NA TYPOGRAFIA LACERDINA. // 1819. // ——— // ‘ Com Licença da Meza do Desembargo // do Paço. In-12.º de 226 págs.
—— MARILIA // DE // DIRCEO. // Por T. A. G. // PARTE III. // ‘Nova Ediçaõ.’ // LISBOA, // NA TYPOGRAFIA ROLLANDIANA. 1820. // ‘Com licença da Meza do Desembar- // go do Paço. In-12.º de 76 págs. E.
Segunda impressão da edição Lacerdina, pela primeira vez impressa em 1811.
Diz Rodrigues Lapa no prefácio ao volume da ‘Colecção de Clássicos Sá da Costa’ dedicado à obra poética do portuense Tomás António Gonzaga que “ (…) essa edição [Tipografia Lacerdina 1811] marca uma data na história da Lírica de Gonzaga, porque acrescentou à Parte I quatro liras, que não figuravam nas edições até então, e à Parte II uma outra (n.º 38), ‘Eu vejo aquela deusa’; além de que ajuntou várias estrofes, e corrigiu ou pretendeu corrigir o texto em muitos passos. (…). [A propósito da ‘Lyra’ ‘Eu vejo aquela deusa’ diz M. Rodrigues em nota de rodapé: ‘Esta composição não vem na ed. de 1802. Aparece na lacerdina de 1811. Não foi incorporada na 3.ª Parte, publicada pela Imprensa Régia em 1812. É uma peça importante, porque nela, assim como no processo, faz Gonzaga a justificação da sua inocência.’].
A propósito desta edição Lacerdina, adverte o Editor: “Nesta Edição, que vamos agora expôr ao Publico, (…), temos a satisfação de poder dizer, que se não vão taes quaes elle [o autor] as compozéra, tambem ninguem as terá tão exactas; pois que a troco de laboriosas fadigas, e por dilatados tempos, nos impozemos a tarefa de mendigar as Copias mais authenticas, e fidedignas, algumas até pela letra do mesmo Author; e depois de hum maduro exame as colligimos desta maneira, substituindo-lhes muito mais Lyras, multiplicidade de versos, e mesmo infinidade de palavras trocadas, que vinhão nas Edições antecedentes. Tambem devemos prevenir o mesmo Público de que supposto fosse impresso em Lisboa hum folheto, figurando a Terceira Parte das Obras do mesmo Author, he inteiramente apocrifo, e até feito por pessoa do nosso conhecimento; e como só queremos dar á Luz tudo aquillo de que temos huma cabal certeza ter sido composto pelo nosso amabilissimo Poeta; razão porque foi por nós altamente desprezado; não querendo que o Público o avalie por mais do que vale.”
Do ‘Prólogo’ à edição Rollandiana que se juntou nesta encadernação e compõem a III parte acima aludida, transcrevemos: “Sem nos constituirmos ingratos, naõ nos podiamos subtrahir á publicaçaõ desta Terceira Parte da MARILIA DE DIRCEO. A acceitaçaõ com que o respeitavel Publico recebeo a Primeira, e Segunda Parte, exigia huma impreterivel correspondencia; por cujo motivo naõ nos quizemos poupar ao excessivo trabalho de recolher com a mais exacta legalidade os Versos, de que se compõe este Folheto, obtidos das mãos de alguns Curiosos, que por saberem avaliar o merecimento do seu Author, com todo o cuidade os conservavaõ. (…).
“A prompta extracção de quasi dous mil exemplares da Primeira, e Segunda Parte destas Lyras em menos de seis mezes, he hum irrefragável argumento, do que acabamos de dizer; apenas appareceo a Primeira Parte, de tal sorte foi recebida (…), que nos vimos precisados a reimprimi-la, para satisfazermos a quem no-la buscava; motivos estes, que cooperáraõ para a publicaçaõ desta Terceira Parte (…)”.
Neste volume foram encadernadas as edições Lacerdina de 1819 a par da ‘Terceira Parte’ da Edição Rollandiana de 1820. Na folha de frontispício, com vestígios de uma assinatura antiga.
Encadernação da época com a lombada de pele, gravada a ouro.