MARTINS (António) & FARIA (Emília Nóvoa).- MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE LANDIM. Raízes e Memória. Landim, 2002. [Impressão e acabamentos Rocha/artes gráficas, lda]. In-4.º gr. de 227-I págs. E.
“Se há um lugar central de referência cheio de significações religiosas e sociais que marcam o tempo da sua construção, é um mosteiro. Como diz Ferreira de Almeida, de tal forma uma fundação monástica é marcante e preenche o imaginário do local onde se ergue que, uma vez acontecida, nunca mais se apaga totalmente. Mesmo quando a primitiva construção desaparece e com ela se oculta a realidade que a fez emergir, a maior parte das vezes, no lugar da sua memória, prolongando-a sempre, só acontecem reconstruções.
“O Mosteiro de Santa Maria de Landim, situado no curso médio do Vale do Ave, a escassos quilómetros de V. N. de Famalicão, é um testemunho eloquente deste processo anímico de transfiguração, cujas origens mergulham no rústico condado portucalense, mas das quais não há hoje, praticamente, outro vestígio, senão a marca do ‘genius loci’ que a construção antiga perpetuou no seu lugar. Do ponto de vista arquitectónico, o rosto que o mosteiro actual nos apresenta, resulta, essencialmente, da profunda reconstrução a que foi sujeito no séc. XVI, ao gosto de uma arquitectura de sabor maneirista, cuja influência marcou entre nós inúmeras construções sacras. Das construções mais antigas, os novos canteiros usaram e reutilizaram silhares e lavores, transformando uns, emparedando outros, quase sem deixar restos. Sobraram uns quantos capitéis, fragmentos de arcos e modenaturas, mais algumas pedras tumulares dispersas. A pesar de tudo, materiais preciosos. Mas, infelizmente, a tarefa de recuar no tempo também não é mais facilitada pela abundância de documentos escritos. Sabemos que nos finais do séc. XIII, a proeminência de Landim já era tal que o colocava como um dos poucos mosteiros titulares de um número de senhorios superior a 5, sendo apenas ultrapassado por Santa Cruz de Coimbra, São João de Tarouca, Lorvão e Bouro. (…)”
Trabalho verdadeiramente modelar visto por qualquer dos aspectos que lhe dão forma, numa edição de grande rigor gráfico, impressa em bom papel, com numerosas e cuidadas fotografias a cores, plantas primitivas e posteriores, um mapa da região, Facsimile de documentos manuscritos e impressos, etc.
Tiragem limitada a 500 exemplares.
Encadernação editorial, ilustrada com um belo desenho representando um aspecto do Mosteiro de Landim abrangendo o claustro e a torre da sua Igreja.