PEREIRA (António Caetano).- RESPOSTA OU ANALYSE CRITICA AO COMMUNICADO DE ALEXANDRE HERCULANO inserto no Periodico – O Portuguez – Nº 193. Anno de 1853. Lisboa: Typog. de Antonio José da Rocha. 1857. In-8.º gr. de X-78 págs. B.
É bastante invulgar este escrito a propósito da famosa questão «Eu e o Clero» de Alexandre Herculano.
Innocêncio [Vol. II, págs. 245, n.º 25]: “(…) Em 1846 o sr. Alexandre Herculano mandava para a imprensa o tomo I da sua ‘Historia de Portugal’, e n’elle a pag. 486 as curtissimas phrases de uma nota que tão acremente estimularam o espirito de nacionalidade de uns, e offenderam a pia crença de outros (…). Era, a seu ver, o moderno escriptor que pela imprensa usára arvorar entre nós o pendão da incredulidade contra o preconizado milagre! Pois não deviam ignorar que um seculo antes d’aquella data, isto é, no anno de 1746, em tempos de devoção incomparavelmente mais fervorosa, bem que menos affectada, já um dos homens mais eminentes de que Portugal se honra, e a cujo nome até os estrangeiros fazem a justiça de vida, o douto e critico philologo Luis Antonio Verney, publicando pela primeira vez o ‘Verdadeiro Methodo d’estudar’, se julgára auctorizado a dizer por formaes palavras (…) «Esta apparição (de Christo) ao rei D. Affonso; a redoma de vidro cheia de oleo, que veiu do céo a Clodoveo (…); e outras cousas, que se acham nas historias, são boas para divertir rapazes; e os criticos as conservam todas no mesmo armario em que guardam as pennas da phenix!» (…)”.