LIMA (João de Lebre e).— O CLARO RISO MEDIEVAL. Conferencia lida pelo autor, no Primeiro SALÃO DOS HUMORISTAS E MODERNISTAS, realisada na Cidade do Porto. 14-VI-915. Livraria Chardron de Lelo & Irmão, Editores. Porto. [1915]. In-8.º de 79-V págs. B.
Conferência integrada no programa paralelo da ‘I Exposição de Humoristas e Modernistas’, realizada no ‘Salão de Festas Jardim Passos Manuel’ na cidade do Porto, cuja organização se deve a Aarão de Lacerda, Diogo de Macedo, Nuno Simões, João Pinto de Figueiredo e João de Lebre e Lima.
Segundo apuramos no «Arquivo Virtual da Geração de Orpheu» da Universidade Nova de Lisboa, “João de Lebre e Lima, natural do Porto, bacharel em Direito, cursou Psicologia Experimental em Genève. Em 1915, entrou na carreira diplomática, tendo exercido funções em Inglaterra e na China. Depois de se reformar, fixou-se no México, onde viria a falecer. Amigo de Pessoa, a ele dirige o poeta uma carta, em 3-5-1914, num tom de rara confidencialidade, a que não deve ser alheio o facto de Lebre e Lima ter conhecimentos de psicologia e sofrer também do mesmo «abismo de torpor de todo o Eu»: «Estou num destes momentos em que tudo perde o sabor a vida que tem e em que adoece dentro de nós o nosso modo de sentir as coisas; repare que eu digo que adoece, não as sensações, mas o modo como elas são sensações», escreve (Correspondência, I, p.112), fazendo também alusão a um livro do amigo, certamente ao Livro do Silêncio (1913). João Lebre e Lima há-de referir e agradecer mais tarde «a lealdade e o carinho» com que Pessoa o tratou, quando publicou precisamente esse livro. Isto é dito numa longa dedicatória que acompanha a edição em livro de uma sua conferência lida no 2.º Salão dos Humoristas e Modernistas – Porto, 1915, intitulada O Claro Riso Medieval (1916). Lebre e Lima é ainda autor de Poemas do Coração e da Terra e Da Pena de Morte (1920), A História do Patriotismo, entre Mortos (memórias), Raiz em Flor e Dor Errante. Entre 1912 e 1913, dirigiu, com Aarão de Lacerda, a revista Dionysos – Revista mensal de Philosophia, Sciência e Arte (Coimbra-Porto).”